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Shein e Shopee: importação recua mais de 50%

Shein e Shopee: importação recua mais de 50%

26/12/2023 às 19h42 Atualizada em 26/12/2023 às 22h42
Por: Redação
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Imagem: YuriArcursPeopleimages / freepik / logo shein / logo shopee / editado por Jornal Contábil
Imagem: YuriArcursPeopleimages / freepik / logo shein / logo shopee / editado por Jornal Contábil

Em outubro, as importações de produtos de pequeno valor, categoria que inclui aqueles comprados em plataformas de comércio eletrônico como Aliexpress, Shein e Shopee, registraram o maior recuo do ano, com uma queda de 54,5% em comparação ao mesmo mês de 2022.

No total, o valor importado chegou a US$ 659 milhões em outubro deste ano, contra US$1450 milhões do ano passado.

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 O levantamento foi realizado pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base em dados divulgados pelo Banco Central na primeira semana de dezembro.

Recuo após taxação

Este é o maior recuo desde que as discussões sobre uma possível taxação desses produtos começaram a ser debatida pelo governo - em abril deste ano.

Em agosto, primeiro mês em que as novas regras de tributação para esses produtos entraram em vigor, as importações haviam crescido 32,9% em relação ao mês anterior.

Entretanto, em comparação ao mesmo mês de 2022, houve recuo de 13,6% no período.

A partir de setembro, houve uma queda mais acentuada. Naquele mês, as importações recuaram 30,3% e chegaram a US$ 832 mi - em números absolutos a queda foi de US$ 361.

Em outubro, os dados mais recentes disponibilizados pelo Bacen revelam que o recuo continuou e cresceu ainda mais. Em números, a queda de 54,5% e chegaram a US$ 659 milhões - em números absolutos a queda foi de US$ 791 milhões.

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 Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, avalia que a taxação é a principal responsável pela redução.

À medida que os consumidores começaram a ser taxados e os relatos foram se espalhando pelas mídias sociais, muitas pessoas começaram a ter receio de comprar nessas plataformas ou, até evitá-las", afirma.

"Os consumidores são atraídos pelos preços mais acessíveis praticados por essas empresas, com a taxação desses produtos, muitos começam a questionar se ainda faz sentido adquiri-los por esses canais. Com as novas regras, as mercadorias abaixo de US$ 50 têm os impostos de importação zerados, mas ainda incidem 17% de ICMS. Para os produtos acima de US$ 50, os valores praticamente dobram, uma vez que incidem sobre eles uma alíquota de 60%, além dos 17% de ICMS", prossegue.

Poder de compra

Segundo a Abras, o poder de compra do brasileiro cresceu 2,89% em outubro, gerando uma especulação sobre muitos dos consumidores optarem por adquirirem produtos com descontos diretamente de sites e comércios brasileiros, ainda por conta dos receios desencadeados pela mudança de tributação.

Entretanto, segundo o especialista, apesar do enorme recuo, vale destacar que isso por si só não significa que as pessoas deixaram de comprar nessas plataformas para comprar no mercado interno, como muitas empresas pensavam que poderia acontecer.

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"É possível que sim, mas outra hipótese provável é que o público tenha apenas reduzido o consumo", afirma.

O ano de 2023

No acumulado anual, também houve um recuo, embora menor. Nos dez primeiros meses deste ano, foram importados US$ 8,3 bilhões, queda de 16,12% em comparação ao período homólogo, quando atingiu US$ 9,9 bilhões.

Em números absolutos, a queda é de US$ 1,6 bilhão a menos. 

"A despeito do recuo, esse tipo de importação ainda movimenta bilhões anualmente e, provavelmente, deve seguir assim por algum tempo. Todavia, as novas regras tributárias devem segurar o crescimento expressivo que essas transações alcançaram continuamente no decorrer dos últimos anos", afirma Baltieri. "

O custo-benefício seguirá como o principal fator-chave para a realização dessas compras pelo consumidor final", conclui.

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