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Previsão da AEB para Balança Comercial em 2024

Previsão da AEB para Balança Comercial em 2024

13/12/2023 às 16h00 Atualizada em 13/12/2023 às 19h00
Por: Redação
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Foto: Ricardo Botelho / Minfra
Foto: Ricardo Botelho / Minfra

A previsão da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para a balança comercial em 2024, divulgada hoje no Rio de Janeiro, indica uma queda de 0,6% nas exportações, totalizando US$ 334,517 bilhões, em comparação com os US$ 336,532 bilhões estimados para 2023.

Quanto às importações, a projeção é um aumento de 0,62%, atingindo US$ 241,745 bilhões em 2024, em comparação com os US$ 240,345 bilhões calculados para este ano. O superávit deve alcançar US$ 92,772 bilhões no próximo ano, representando uma queda de 3,5% em relação aos US$ 96,187 bilhões esperados para 2023.

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O presidente da AEB, José Augusto de Castro, observou que o mercado internacional está atualmente estável, sem grandes variações nos preços.

"Há uma calmaria total. As variações dos produtos este ano, em relação a 2022, foram muito pequenas. E 2024 sinaliza, pelo menos neste momento, que deve ficar mais ou menos assim", afirmou Castro. Ele ressaltou que, no segundo semestre do próximo ano, podem ocorrer novos eventos que impactem os preços, referindo-se a possíveis desenvolvimentos políticos ou econômicos. No entanto, ele mencionou que o recente conflito entre Israel e o grupo extremista Hamas não teve nenhum impacto significativo.

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"Parece que o mercado está aceitando tudo passivamente. Nada acontece que possa modificar o comércio", disse. No entanto, ele reconheceu que fatores como mudanças geopolíticas envolvendo China, Estados Unidos e Rússia podem resultar em alterações, embora, por enquanto, não sejam suficientes para afetar o comércio mundial.

Produtos

O boletim da AEB destaca que, mais uma vez, soja, petróleo e minério deverão representar 37,05% das exportações totais projetadas pelo Brasil para 2024, mantendo-se estáveis em relação a 2023, quando atingiram 37,09%.

José Augusto de Castro alertou que, em caso de decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de reduzir a produção, teoricamente os preços aumentarão. Quanto à soja, a expectativa é de uma leve queda nas exportações devido a problemas climáticos no Brasil, mas, até o momento, isso não afetou a balança comercial.

De acordo com as projeções da AEB, os produtos brasileiros cujas cotações médias em dólar por tonelada devem aumentar em 2024 são minério de ferro (+2,5%), petróleo (+1,7%), soja em grão (+0,3%), celulose (+1,2%) e óleos combustíveis (+10,2%). Por outro lado, são esperadas quedas nas cotações de café (-8,7%), carne de aves (-6,9%), carne suína (-6,2%), milho (-6,1%), carne bovina (-5,3%) e farelo de soja (-5,1%).

Argentina

O presidente da AEB também abordou os possíveis reflexos da posse do novo presidente da Argentina, Javier Milei, para o comércio brasileiro, expressando a crença de que podem surgir consequências positivas.

"Se a Argentina tiver sorte e não enfrentar uma quebra de safra, ela poderá colher uma grande safra de soja e milho. Isso proporcionaria à balança argentina mais recursos para importações, o que seria favorável ao Brasil. Não imagino que, neste momento, o Milei buscará uma aproximação com a China, abandonando o Brasil", opinou.

Castro expressa confiança de que algo positivo pode ocorrer na Argentina em 2024, especialmente em termos de aumento da produção. "E, se tiver um pouco mais de sorte, em aumento de preço". Ele ressalta, no entanto, que a possibilidade de dobrar a produção agrícola dependerá das condições climáticas.

A AEB confirmou que todos os 15 principais produtos exportados pelo Brasil em 2023 são commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo), indicando mais um ano sem produtos manufaturados expressivos na balança brasileira. "A gente tem a expectativa de que ainda este ano seja aprovada a reforma tributária e já se consiga fazer uma redução de custos. Mas, por enquanto, isso é apenas uma expectativa", destacou.

Manufaturados

Na visão do presidente da AEB, os produtos manufaturados brasileiros ainda enfrentam desafios para conquistar espaço no mercado global. Ele observou que o Brasil está perdendo oportunidades de impulsionar a produção industrial, ao contrário de outros países, como o México, que "está atraindo investimentos estrangeiros, enquanto no Brasil não houve avanços significativos".

Ele explicou que isso ocorre porque o México "se preparou para o futuro, e o futuro do México chegou. Portanto, o país está experimentando um forte crescimento em termos de mão de obra e desenvolvimento econômico".

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