Reserva de emergência: O 1º passo para investir com segurança

A reserva de emergência é o dinheiro que você guarda para utilizar sempre que um imprevisto financeiro acontecer. É através dela que eventos inesperados podem ser resolvidos com mais tranquilidade. Seja para o reparo de um carro quebrado, um exame de urgência, uma manutenção predial, uma viagem não planejada ou até mesmo desemprego, a reserva de emergência surge como uma solução para quem quer resolver imprevistos financeiros com maior facilidade e tranquilidade.

Qual o valor ideal para a Reserva de Emergência?

Embora seja uma decisão muito particular, a maioria dos especialistas em finanças pessoais afirma que a reserva de emergência deve ter recursos suficientes para cobrir um período mínimo de seis meses de custo de vida. Entende-se como custo de vida, o valor que a pessoa precisa para pagar seus gastos mensais. Desta forma, uma pessoa que tem renda de R$5.000,00, mas consegue arcar com suas despesas médias mensais com R$3.000,00, deve considerar este valor para calcular sua reserva de emergência. Para esta pessoa, a quantia de R$18.000,00 representa 6 meses de custo de vida.

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Para formar a reserva de emergência, não é necessário ter todo o dinheiro disponível imediatamente. Cada pessoa pode, de acordo com sua capacidade financeira, reservar todos os meses uma parte de sua renda para este objetivo. Muitas vezes, antes mesmo de conseguir formar a reserva desejada, um imprevisto pode ocorrer e a reserva precisar ser utilizada. Neste caso, basta começar a formá-la novamente. Afinal, o dinheiro reservado é mesmo para ser utilizado sempre que necessário.

Onde investir a reserva de emergência?

Não basta apenas guardar o dinheiro. Para não perder poder de compra, é preciso ao menos deixar os recursos da reserva de emergência aplicados em investimentos com rentabilidade acima da inflação. Para isso, há alguns investimentos simples e regulamentados que podem ser utilizados.

Embora a caderneta de poupança ainda seja muito utilizada pelos brasileiros, existem outras opções seguras e com rentabilidades mais interessantes que podem ser realizadas pelo banco ou por uma corretora de valores mobiliários. Um exemplo destes investimentos é o Tesouro Selic, que se trata de um investimento em renda fixa onde o investidor empresta dinheiro para o Tesouro Nacional e recebe juros em troca. O dinheiro aplicado neste tipo de investimento rende todos os dias úteis e possui liquidez para ser resgatado também em qualquer dia útil. Considerado o investimento mais seguro do Brasil, é uma excelente opção para a reserva de emergência com rentabilidade que acompanha a SELIC, nossa taxa básica de juros, que entrega um retorno acima do rendimento da poupança.

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Além do Tesouro Selic, há ainda opções de investimentos emitidos por instituições financeiras como um CDB, Certificado de Depósito Bancário, ou um RDB, Recibo de Depósito Bancário. Neste caso, para a reserva de emergência, é preciso optar por aqueles que possuem liquidez diária, para que o dinheiro fique disponível para resgate a qualquer momento. É importante também optar por aqueles que remunerem o investidor com pelo menos 100% do CDI. Desta forma a rentabilidade também será melhor que encontrada na caderneta de poupança.

Estes produtos são encontrados com facilidade em bancos digitais e em alguns bancos tradicionais. É interessante saber que tanto o CDB como o RDB são investimentos de baixo risco, uma vez que possuem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito, o FGC. Em caso de falência dos bancos, o FGC é acionado para ressarcir o investidor em até R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) por CPF e instituição financeira. A cobertura tem limite de  um milhão de reais em 4 anos. Vale lembrar que esta é mesma proteção da caderneta de poupança, portanto não faz muito sentido deixar de aplicar nestes investimentos.

A reserva de emergência é um dos primeiros passos para quem deseja investir com segurança. Além de trazer tranquilidade  funciona como um colchão financeiro pra momentos de instabilidade financeira. 

Por Ivã Araújo, professor universitário com formação em Ciências Contábeis e Administração de Empresas, influenciador em finanças, consultor financeiro e sócio da Evolio Consultoria de Investimentos.