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Juros médios dos bancos seguem em queda. Confira!

Juros médios dos bancos seguem em queda. Confira!

27/09/2023 às 16h50 Atualizada em 27/09/2023 às 19h50
Por: Redação
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Foto: Reprodução
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Pela terceira vez consecutiva, a taxa média de juros das concessões de crédito livre apresentou uma queda, diminuindo de 43,8% para 43,5% ao ano em agosto, uma redução de 0,3 ponto percentual no mês. No entanto, ao longo de 12 meses, os juros médios aumentaram em três pontos percentuais, de acordo com o relatório "Estatísticas Monetárias e de Crédito" divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central, em Brasília.

Nas novas contratações para empresas, a taxa média de crédito livre ficou em 22,6% ao ano, com uma redução de 0,4 ponto percentual no mês. O BC atribui essa queda às reduções generalizadas nas principais modalidades de crédito. Ao longo de 12 meses, a taxa recuou 0,1 ponto percentual.

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No caso das contratações com as famílias, a taxa média de juros livres atingiu 57,7% ao ano, registrando uma queda de 0,6 ponto percentual no mês, mas um aumento de 3,7 pontos percentuais em 12 meses.

Diferentemente do cenário observado no crédito para empresas, a diminuição da taxa média para pessoas físicas foi influenciada tanto pela alteração da composição da carteira (efeito saldo) quanto pela efetiva redução das taxas de juros praticadas nas principais modalidades (efeito taxa).

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Destacam-se as reduções das taxas nas modalidades de crédito consignado para beneficiários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com uma queda de 0,8 ponto percentual, crédito pessoal para trabalhadores do setor público com uma queda de 0,4 ponto percentual e crédito pessoal não consignado vinculado à composição de dívidas com uma queda de 1,8 ponto percentual.

É importante destacar que no crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros cobradas dos clientes. Já o crédito direcionado é destinado principalmente aos setores habitacional, rural, de infraestrutura e microcrédito, e possui regras definidas pelo governo. No caso do crédito direcionado, a taxa para pessoas físicas foi de 11,5% ao ano em agosto, com uma redução de 0,5 ponto percentual em relação ao mês anterior e um aumento de 0,7 ponto percentual em 12 meses. Para empresas, a taxa subiu 0,4 ponto percentual no mês e 1,6 ponto percentual em 12 meses, alcançando 10,7% ao ano. Portanto, a taxa média no crédito direcionado foi de 11,3% ao ano, com uma redução de 0,3 ponto percentual no mês e um aumento de 0,9 ponto percentual em 12 meses.

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Juros básicos

O cenário atual dos juros bancários médios ocorre em um momento em que o mercado financeiro está antecipando uma redução na taxa básica de juros da economia, a Selic, que atualmente está em 12,75% ao ano, conforme determinado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A Selic desempenha um papel crucial na busca do BC para atingir a meta de inflação.

O comportamento dos preços levou o BC a cortar a taxa de juros pela segunda vez neste semestre, em um ciclo que deve continuar com reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões do comitê. Após um período de quedas consecutivas no final do primeiro semestre, a inflação apresentou um aumento na segunda metade do ano, embora esse aumento estivesse dentro das expectativas dos economistas.

Entre março de 2021 e agosto de 2022, o Copom aumentou a Selic em 12 ocasiões consecutivas, em resposta ao aumento dos preços de alimentos, energia e combustíveis. A taxa permaneceu inalterada em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas no período de um ano, de agosto do ano passado até agosto deste ano.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, o patamar mais baixo desde o início da série histórica em 1986. Esse movimento ocorreu em resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, com o Banco Central buscando estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu nesse nível recorde de agosto de 2020 até março de 2021.

A expectativa dos analistas é de que a Selic continue a ser reduzida para 11,75% até o final do ano. Isso tem levado a uma queda na taxa de captação de recursos livres pelos bancos, afetando o custo do crédito. Desde abril, essa taxa está em declínio e atingiu 11,2% em agosto.

Considerando o conjunto de recursos disponíveis para pessoas físicas, a taxa máxima de juros ocorreu em maio, atingindo 38,2% ao ano. Para empresas, o pico foi observado em janeiro, com juros a 22%. Desde então, tem havido uma redução nas taxas mês a mês, com flutuações e uma desaceleração no crescimento em 12 meses.

A elevação da taxa básica de juros ajuda a controlar a inflação, uma vez que seus reflexos se manifestam nos preços. Taxas de juros mais elevadas encarecem o crédito e incentivam a poupança, o que ajuda a conter a demanda aquecida. Quando o Copom opta por reduzir a Selic, a tendência é que o crédito se torne mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que pode reduzir o controle sobre a inflação e impulsionar a atividade econômica.

Cartão de crédito

No que diz respeito às pessoas físicas, observamos uma redução média de 0,4 pontos percentuais (pp) nas taxas do cartão de crédito no último mês. No entanto, ao longo dos últimos 12 meses, houve um aumento considerável de 13,8 pp, resultando em uma taxa de 101,5% ao ano.

A modalidade de crédito rotativo, que envolve o pagamento parcial da fatura do cartão de crédito e tem uma duração de 30 dias, continua a apresentar taxas elevadas. Em agosto, registrou um aumento de 4,4 pp, acumulando um aumento de 46,1 pp nos últimos 12 meses, elevando-se para 445,7% ao ano. O crédito rotativo é conhecido por ser uma das opções mais onerosas do mercado, levando o Banco Central a considerar seu possível fim.

É importante mencionar que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que estabelece limites para os juros no crédito rotativo. O projeto determina que, após a aprovação e publicação da lei, as empresas emissoras de cartões terão 90 dias para submeter ao Conselho Monetário Nacional uma proposta de regulamentação que estabeleça um limite máximo para essas taxas.

Caso não cumpram essa obrigação, ficou acordado que os juros não poderão exceder o valor original da dívida, ou seja, não poderão ultrapassar 100% ao ano, em contraste com os mais de 400% ao ano atualmente praticados. O projeto encontra-se agora em fase de tramitação no Senado Federal.

Após o período de 30 dias, as instituições financeiras oferecem a opção de parcelamento da dívida. No caso do cartão parcelado, houve uma redução de 3,7 pp nas taxas no último mês, embora ainda tenham aumentado em 7,7 pp ao longo dos últimos 12 meses, totalizando 194,5% ao ano.

Novas contratações

A persistência dos juros elevados, como resultado das ações do aperto monetário e do consequente abrandamento da atividade econômica, teve impacto sobre a desaceleração do crédito bancário, particularmente no que diz respeito às famílias. No entanto, no mês passado, observou-se um aumento de 8% nas concessões de crédito para pessoas físicas e de 11,2% para empresas.

O saldo total de empréstimos concedidos pelos bancos do Sistema Financeiro Nacional (SFN) em agosto atingiu R$ 5,523 trilhões, representando um acréscimo de 1,1% em relação a julho. Este resultado refletiu o crescimento de 0,9% no saldo das operações de crédito destinadas a pessoas jurídicas (totalizando R$ 2,163 trilhões) e o aumento de 1,3% nas operações direcionadas a pessoas físicas (atingindo R$ 3,360 trilhões).

No que diz respeito à comparação com o mesmo período do ano anterior, o crédito total apresentou um aumento de 8,9% em agosto, seguindo a tendência de desaceleração que vem sendo observada desde meados de 2022. Em julho, esse crescimento havia sido de 9,3%. Quando analisamos as operações com pessoas jurídicas e pessoas físicas, verificamos que os estoques de crédito aumentaram em 5,1% e 11,5%, respectivamente, nesse mesmo período, mantendo-se estáveis nas operações com pessoas jurídicas (crescimento de 5% em julho) e apresentando uma desaceleração nas operações com pessoas físicas (crescimento de 12,2% em julho).

Em sua ata divulgada recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou que essa desaceleração na concessão de crédito está em consonância com a política monetária de controle dos juros. O comitê destacou que a concessão de crédito a pessoas físicas teve uma desaceleração menos acentuada, especialmente em modalidades de baixo custo, enquanto a concessão de crédito a pessoas jurídicas desacelerou de forma mais marcante.

Além disso, o Copom ressaltou que já se observa a transmissão do ciclo de política monetária esperado pelo mercado para as taxas vigentes em novas concessões, o que também tem impulsionado a dinâmica dos mercados de capitais. Por fim, o crédito ampliado ao setor não financeiro, que engloba crédito disponível para empresas, famílias e governos independentemente da fonte, registrou um aumento de 2% no mês, atingindo R$ 15,258 trilhões, impulsionado principalmente por títulos da dívida pública e empréstimos da dívida externa. Em termos de crescimento nos últimos 12 meses, o crédito ampliado cresceu 8,9%, em comparação com 7,3% em julho deste ano.

Endividamento

De acordo com o Banco Central, a inadimplência, que considera atrasos acima de 90 dias, tem se mantido em um patamar estável por um longo período, com variações mínimas, registrando 3,6% em agosto. No que diz respeito às operações voltadas para pessoas físicas, esse índice alcança 4,1%, enquanto para pessoas jurídicas, fica em 2,7%.

No que tange ao endividamento das famílias, que é a relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada nos últimos 12 meses, ele atingiu 47,8% em julho, representando uma queda de 0,4 pp em relação ao mês anterior e uma diminuição de 2,3% em comparação com os últimos 12 meses. Quando excluímos o financiamento imobiliário, que representa uma parcela considerável da renda, o endividamento cai para 30,2% no mês de agosto.

Já o comprometimento da renda, que é a relação entre o valor médio destinado ao pagamento das dívidas e a renda média obtida no período, ficou em 27,6% em julho. Houve uma redução de 0,7 pp em relação ao mês anterior, mas um aumento de 0,3 pp quando consideramos os últimos 12 meses.

Cabe mencionar que esses dois últimos indicadores são apresentados com uma defasagem maior em relação ao mês de divulgação, pois o Banco Central utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para sua apuração.

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