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As oscilações na economia brasileira — e, consequentemente, na capacidade de consumo das famílias — ainda provocam reflexos no desempenho das vendas do comércio e na contratação de serviços. Não por acaso, o número de pedidos de recuperação judicial, em maio de 2023, mais que dobrou (105,2%) em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados da Serasa Experian.
Diante de um cenário incerto, é comum que as empresas atribuam as dificuldades financeiras apenas ao cenário macro, ou seja, às situações do País e do mercado. Entretanto, muitas vezes, o caminho da retomada é resolver problemas internos de gestão.
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No mundo dos negócios, tem crescido o conceito de turnaround — termo em inglês que se refere ao processo de reformulação pelo qual empresas em crise precisam passar —, que permite aos gestores identificar todos os motivos que levaram o negócio à crise e busca um diagnóstico para retomar o crescimento, de forma sustentável.
Muitas podem ser as causas do declínio de uma empresa. Dessa forma, o gestor deve verificar todas as lacunas internas e externas que minam o crescimento das vendas, com o objetivo de encontrar ações efetivas que resultem em aumento de receitas.
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Para o sucesso da operação, é fundamental que haja o apoio dos proprietários, acionistas (se houver) e parceiros-chave do negócio (como fornecedores, bancos e investidores). Juntos, todos serão capazes de realizar uma avaliação completa da situação da empresa, incluindo a capacidade de levantar recursos no curto prazo para financiar o plano de recuperação e a mensuração do risco de o negócio ir à falência se nada for feito.
Além disso, será possível enxergar os pontos fortes do empreendimento que podem servir de diferencial para o sucesso do plano — como ampla base de clientes e vantagens competitivas em comparação aos concorrentes (posse de patentes, marca reconhecida, entre outros).
Também é importante prever situações com potencial de atrapalhar a reformulação da empresa, bem como definir o tempo necessário para que o empresário comece a perceber os resultados das mudanças.
Mudanças, em geral, são difíceis de fazer e exigem enorme esforço para alterar o destino da empresa em crise. Trocas na alta gestão do negócio podem ser necessárias para resolver os problemas com todas as partes que, talvez, não se adaptariam ao novo modelo da empresa — além da redução no quadro de funcionários.
Outro fator decisivo para o sucesso do plano é o tempo de resposta. Quanto antes a empresa identificar os problemas — como queda nas receitas, aumento desproporcional nos custos, baixo retorno nos investimentos, perda de clientes, aumento no endividamento, elevação na rotatividade dos funcionários, fracasso no lançamento de novos produtos, entre outros fatores —, maiores serão as chances de um plano de turnaround ser implementado com sucesso.
Manter os funcionários remanescentes informados sobre os planos da companhia, por meio de comunicados, trará tranquilidade e comprometimento para que esses profissionais permaneçam motivados e prontos para ajudar. As contratações de uma consultoria especializada e de novos colaboradores também devem ser avaliadas, principalmente em empresas familiares, que geralmente sofrem com vícios de gestão e vínculos pessoais.
Para que um plano de turnaround seja eficaz, um planejamento estratégico é fundamental, uma vez que este não se restringe a renegociação de dívidas ou mudanças na diretoria. Ele também envolve todas as áreas e os processos da empresa. Logo no início do plano, deve haver grandes esforços gerencial e da equipe para ações que reforcem o caixa da empresa a fim de que, depois, sejam implementadas as medidas que sustentarão o crescimento da empresa no longo prazo.
Original de FecomercioSP
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