Hacker afirma que Bolsonaro o questionou sobre invadir urnas eletrônicas

Walter Delgatti Neto, o hacker detido nesta quarta-feira (2) pela Polícia Federal (PF), revelou que recebeu questionamento por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a viabilidade de acessar uma urna eletrônica de forma não autorizada.

A afirmação de Delgatti, que está sob investigação por ter invadido sistemas do Poder Judiciário, foi mencionada na decisão emitida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que deu aval para a operação ocorrida no dia de hoje.

De acordo com Delgatti, houve um encontro entre ele e Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília, durante o qual foi indagado se seria possível realizar uma invasão na urna eletrônica mediante posse do código-fonte.

O hacker explicou que essa iniciativa não avançou devido ao fato de que o acesso concedido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao código-fonte ocorreu somente nas instalações do próprio Tribunal, e ele não tinha a possibilidade de se deslocar até lá.

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Intermédio de Carla Zambelli (PL-SP)

De acordo com as declarações prestadas por Walter Delgatti Neto, a suposta reunião com Jair Bolsonaro teria sido intermediada pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que também está sendo alvo da operação conduzida pela Polícia Federal nesta quarta-feira.

Delgatti Neto comunicou aos investigadores que a possibilidade de acessar o código-fonte das urnas eletrônicas estava limitada às instalações físicas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e que ele "não dispunha da capacidade de deslocar-se até lá".

Somente pôde afirmar que a Deputada CARLA ZAMBELLI esteve envolvida nas ações do depoente, conforme mencionado na decisão.

Delgatti enfatizou que Bolsonaro não esteve de modo algum ligado à invasão do sistema do CNJ e que nenhum outro indivíduo, além do próprio declarante e da Deputada [Zambelli], participou da incursão no sistema do CNJ.

Além disso, ele destacou que recebeu pagamento para estar exclusivamente à disposição da parlamentar.