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OMS busca tratado internacional para evitar repetição da "devastação" da Covid

OMS busca tratado internacional para evitar repetição da "devastação" da Covid

24/05/2023 às 11h42 Atualizada em 24/05/2023 às 14h42
Por: Redação
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Imagem por @quatroxproduction / freepik
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No segundo dia da assembleia anual da OMS (Organização Mundial da Saúde), o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou a importância da participação dos Estados-membros nas negociações em andamento para a criação de um tratado contra pandemias.

Ele destacou a necessidade de um envolvimento construtivo e urgente de cada Estado, a fim de evitar a repetição dos efeitos devastadores causados pela Covid-19.

Tedros afirmou: "Peço a cada Estado que se envolva de forma construtiva e urgente nas negociações do acordo contra pandemias […] para que o mundo nunca mais tenha de enfrentar a devastação de uma pandemia como a de Covid-19".

Compromisso geracional

O chefe da OMS recomendou que seja feito um compromisso geracional para evitar a repetição do pânico e da negligência que tornaram o mundo tão vulnerável.

Hoje, Tedros apresentou um resumo do trabalho realizado nos últimos 12 meses pela OMS, período que foi marcado pela declaração, apenas duas semanas atrás, do fim da emergência internacional relacionada à Covid-19.

De acordo com as estimativas mais recentes da organização, estima-se que a pandemia tenha resultado em aproximadamente 20 milhões de mortes.

O diretor-geral da OMS afirmou que o fim da emergência internacional relacionada à Covid-19 foi um momento de alívio, mas também de reflexão.

Ele ressaltou que o mundo ainda está sofrendo com as inúmeras perdas e o terrível preço que as famílias, comunidades, sociedades e economias tiveram que pagar.

Nesse contexto, ele alertou que o término da Covid-19 como emergência internacional "não significa o fim de sua ameaça à saúde" e destacou que ainda há o risco de surgimento de variantes que possam desencadear novas ondas de infecções e mortes.

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Sistemas de defesa

Tedros alertou que o perigo de um novo patógeno com uma letalidade ainda maior também persiste. Ele destacou a importância de estabelecer sistemas de defesa contra futuras pandemias, o que engloba o tratado que a OMS tem como objetivo concluir até 2024.

Além de combater a Covid-19 e a varíola dos macacos, também conhecida como mpox (cuja emergência internacional terminou em maio), a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfrentou 70 crises de saúde em 2022.

Essas crises abrangeram uma ampla gama de eventos, desde inundações no Paquistão até surtos de ebola em Uganda, além de conflitos na Ucrânia e surtos de cólera em aproximadamente 30 países.

O diretor-geral da OMS, Tedros, destacou essas situações como exemplos das diversas emergências que a organização teve que responder no ano passado.

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Fundo especial de emergência

Em 2022, a OMS utilizou um fundo especial de emergência estabelecido em 2014 para financiar essas operações.

Esse fundo foi criado em resposta ao surto de ebola que ocorreu na África Ocidental naquele ano. No decorrer de 2022, a OMS alocou quase 90 milhões de dólares para esse fundo, permitindo assim a resposta eficaz a diversas crises de saúde ao redor do mundo.

No ano de 2023, a OMS já utilizou outros 37 milhões de dólares devido a crises como a ocorrida no Sudão e os terremotos que afetaram a Turquia e a Síria.

Além disso, o diretor-geral da OMS, Tedros, destacou que, mesmo com o fim das emergências internacionais relacionadas à Covid-19 e à mpox, a declaração de emergência da poliomielite, feita pela OMS desde 2014, ainda está em vigor.

Países como o Paquistão e o Afeganistão enfrentam surtos especialmente graves dessa doença.

O diretor-geral da OMS mencionou outras áreas de atuação da organização, como a vacinação contra múltiplas doenças.

Durante a pandemia, cerca de 67 milhões de crianças em todo o mundo perderam o acesso a campanhas importantes de imunização.

A OMS lançou recentemente uma nova campanha com o objetivo de aumentar os níveis de vacinação infantil, visando pelo menos restaurá-los aos patamares pré-pandêmicos.

No combate à tuberculose, a OMS recomendou no ano passado um tratamento exclusivamente oral, reduzindo o período de aplicação de 18 para seis meses.

Essa abordagem já foi adotada em mais de cem países. No entanto, o diretor-geral Tedros ressaltou que apenas com vacinas eficazes poderemos erradicar completamente a tuberculose. Programas de estudo e financiamento dessas vacinas foram lançados para esse fim.

No caso da malária, já existem vacinas em fase de testes, que foram aplicadas em três países (Maláui, Gana e Quênia) desde 2021.

Cerca de 1,5 milhão de crianças já receberam a vacina. Entre os vacinados, foi observada uma redução de 30% nos casos graves de malária e uma queda de 10% na mortalidade infantil.

A resistência aos antimicrobianos desenvolvida por certos patógenos é outra área de destaque para a OMS.

O diretor-geral lembrou a recente decisão global de reduzir em 30% o uso de antimicrobianos em culturas nesta década, uma vez que esse fator tem contribuído para o surgimento de bactérias e vírus mais resistentes.

Ao celebrar o 75º aniversário da OMS, o diretor-geral resumiu que é necessário empenhar-se ainda mais na promoção da saúde, tornando o mundo mais seguro e atendendo às necessidades dos mais vulneráveis.

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