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Penalidade Máxima: Entenda como funciona a manipulação dos jogos de futebol

Penalidade Máxima: Entenda como funciona a manipulação dos jogos de futebol

12/05/2023 às 10h42 Atualizada em 12/05/2023 às 13h42
Por: Redação
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Operação penalidade maxima
Operação penalidade maxima

Recentemente, a Operação Penalidade Máxima foi iniciada com o objetivo de investigar partidas do Brasileirão 2022 e dos campeonatos estaduais de 2023.

Essa operação representa a luta contra a manipulação de jogos no futebol brasileiro.

De acordo com o Ministério Público de Goiás, que lidera a investigação, uma organização criminosa especializada em corromper jogadores de futebol e obter lucros com apostas esportivas é o centro do esquema.

A estrutura dessa organização criminosa, os envolvidos, as táticas utilizadas para corromper os jogadores e as possíveis consequências são detalhados em um artigo publicado pela GZH.

Organização e esquema

Conforme informações fornecidas pelo Ministério Público de Goiás, a organização criminosa em questão seria composta por oito membros.

Durante as investigações realizadas pela Operação Penalidade Máxima, foi descoberto que o dinheiro utilizado para realizar as apostas e para fazer os pagamentos aos jogadores era fornecido por investidores, conforme mencionado em conversas que foram interceptadas.

As quadrilhas criminosas persuadiam jogadores a participarem do esquema, oferecendo-lhes quantias de até R$ 100 mil, para que realizassem jogadas específicas durante as partidas e, assim, garantir lucros para os apostadores em sites especializados.

Por exemplo, um jogador recrutado poderia ter a tarefa de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo cooperar para a construção de um resultado desfavorável para sua própria equipe.

Os jogadores manipulavam as partidas de diversas formas, como receber cartões amarelos ou vermelhos, cometer pênaltis, garantir uma derrota parcial no primeiro tempo, manipular o número de escanteios, entre outras práticas que possam favorecer apostadores em sites de jogos de azar.

As investigações ainda estão em andamento para apurar a extensão e a gravidade das manipulações, bem como para identificar outros possíveis envolvidos no esquema criminoso.

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Primeira denúncia

No final de 2022, as primeiras denúncias que deram origem à Operação Penalidade Máxima surgiram quando o volante Romário, que na época jogava pelo Vila Nova (GO), aceitou receber R$ 150 mil para cometer um pênalti durante uma partida da Série B do Brasileiro contra o Sport.

O acordo previa que o jogador receberia R$ 10 mil imediatamente e o restante após a conclusão da tarefa. No entanto, Romário acabou não sendo escalado para a partida, frustrando o plano.

Romario, volante do Vila Nova. Foto: Fernando Brito/Vila Nova
Romario, volante do Vila Nova. Foto: Fernando Brito/Vila Nova

A história chegou ao conhecimento de Hugo Jorge Bravo, presidente do Vila Nova e também policial militar, que coletou provas e as entregou ao Ministério Público de Goiás.

A partir daí, foi criada a Operação Penalidade Máxima para investigar as evidências e suspeitas relacionadas ao caso.

Inicialmente, a primeira denúncia envolvia suspeitas de manipulação em três partidas da Série B do Brasileiro, porém, à medida que as investigações avançaram, os investigadores passaram a acreditar que o problema era mais amplo e teria ocorrido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileirão.

Além de Romário, outros sete jogadores foram acusados pelo Ministério Público de participar do esquema de manipulação de resultados.

Membros da organização criminosa que estão sendo investigados

  • Bruno Lopez de Moura (líder da organização e dono da empresa BC Sport Management)
  • Ícaro Fernando Calixto dos Santos 
  • Luís Felipe Rodrigues de Castro 
  • Victor Yamasaki Fernandes 
  • Zildo Peixoto Neto 
  • Thiago Chambó Andrade 
  • Romário Hugo dos Santos 
  • William de Oliveira Souza 
  • Pedro Gama dos Santos Júnior 

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Jogadores envolvidos

Até o momento os jogadores denunciados são:

  • Romarinho (ex-Vila Nova)
  • Joseph (Tombense)
  • Mateusinho (Cuiabá)
  • Gabriel Domingos (Vila Nova)
  • Allan Godói (Sampaio Corrêa)
  • André Luiz (Ituano)
  • Ygor Catatau (Sepahan, do Irã)
  • Paulo Sérgio (Operário-PR)
  • Eduardo Bauermann (Santos)
  • Fernando Neto (São Bernardo)
  • Victor Ramos (Chapecoense)
  • Igor Cariús (Sport)
  • Matheus Gomes (Sergipe)
  • Paulo Miranda
  • Gabriel Tota (Ypiranga-RS)

Jogadores que fizeram acordo com a Justiça e agora são testemunhas:

  • Moraes (Juventude)
  • Kevin Lomónaco (Red Bull Bragantino)
  • Nikolas Farias (Novo Hamburgo)
  • Jarro Pedroso (ex-Inter de Santa Maria)

Jogadores que não foram denunciados porém foram citados:

  • Pedrinho (Athletico)
  • Bryan Garcia (Athletico)
  • Richard (Cruzeiro)
  • Vitor Mendes (Fluminense)
  • Nino Paraíba (América-MG)
  • Alef Manga (Coritiba, não relacionado para jogo contra o Vasco)
  • Jesús Trindade (Coritiba, não relacionado para jogo contra o Vasco)
  • Raphael Rodrigues (Avaí)
  • Max Alves (Colorado Rapids, dos EUA)

Jogos sob investigação

  • Palmeiras x Juventude
  • Juventude x Fortaleza
  • Goiás x Juventude
  • Ceará x Cuiabá
  • Red Bull Bragantino x América-MG
  • Santos x Avaí
  • Botafogo x Santos
  • Palmeiras x Cuiabá

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