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PF cumpre mandados contra ex-funcionário responsável por  joias dadas a Bolsonaro

PF cumpre mandados contra ex-funcionário responsável por  joias dadas a Bolsonaro

12/05/2023 às 09h47 Atualizada em 12/05/2023 às 12h47
Por: Redação
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (12), a Polícia Federal (PF) está conduzindo buscas contra Marcelo da Silva Vieira, que anteriormente ocupava o cargo de Chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), ele era responsável por gerir o setor de presentes recebidos pelo presidente e determinar quais itens seriam incorporados ao patrimônio público brasileiro e quais seriam destinados ao acervo pessoal do presidente.

Marcelo da Silva Vieira trabalhou no setor de arquivos e documentos do patrimônio da Presidência desde a gestão de Michel Temer e foi exonerado de suas funções em 1º de janeiro deste ano.

Um dos objetivos da operação realizada pela Polícia Federal nesta sexta-feira é apreender o celular de Vieira, que será submetido a uma perícia.

Depoimento à PF

Durante seu depoimento à Polícia Federal, Vieira relatou que em dezembro de 2022 o presidente Bolsonaro participou de uma ligação telefônica na qual o tenente-coronel Mauro Cid, seu ajudante de ordens, solicitou que ele assinasse um ofício para a liberação de um estojo de joias presenteado pelo governo da Arábia Saudita e retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).

Na época, Vieira ocupava o cargo de funcionário do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência.

Em meio à operação conjunta entre o gabinete de Bolsonaro e a chefia da Receita Federal para recuperar as joias presenteadas pelo governo da Arábia Saudita, Mauro Cid, ajudante de ordens do presidente, enviou um ofício para Vieira em 27 de dezembro, três dias antes de Bolsonaro viajar para os Estados Unidos.

No entanto, Vieira recusou-se a assinar o documento. Em consequência, segundo Vieira, Mauro Cid optou por fazer uma ligação telefônica para pressioná-lo a assinar o ofício.

De acordo com o relato de Vieira à Polícia Federal, Mauro Cid colocou a ligação em modo viva-voz e pediu que ele explicasse a situação ao presidente da República e por que não poderia assinar o ofício para a liberação das joias.

Vieira, então, forneceu explicações técnicas para justificar sua recusa. Bolsonaro teria respondido com um simples "Ok, obrigado", conforme o depoimento do ex-funcionário da Presidência.

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Joias Sauditas foram avaliadas oficialmente pela Receita Federal

Ao ser apreendido no aeroporto de Guarulhos, em outubro de 2021, o conjunto de joias dado pelo governo da Arábia Saudita ao presidente Jair Bolsonaro foi avaliado oficialmente pela Receita Federal em cerca de R$ 5,6 milhões.

Esse valor corresponde a aproximadamente um terço da estimativa inicial de R$ 16,5 milhões divulgada pelo jornal "O Estado de São Paulo" quando revelou o caso em 2023.

Segundo o mesmo veículo de imprensa, a estimativa inicial foi feita pelos auditores da Receita em um segundo momento, quando cogitou-se levar as joias apreendidas a leilão, procedimento usual para encomendas retidas na alfândega e não reivindicadas.

De acordo com o Termo de Retenção de Bens emitido pela alfândega em Guarulhos e revelado pela "Folha de S. Paulo" nesta sexta-feira, a avaliação inicial da Receita Federal estipulou em cerca de R$ 5,6 milhões o valor das joias da Arábia Saudita.

O kit da Chopard, composto por um colar, um par de brincos, um anel e um relógio de pulso, foi avaliado em R$ 1 milhão.

Foto: Twitter / Reprodução / Agência Brasil

A miniatura quebrada de um cavalo foi avaliada em US$ 1 mil, aproximadamente R$ 5,6 mil.

A Polícia Federal fará perícia nos pacotes de joias para determinar uma avaliação precisa dos bens.

O primeiro pacote a ser analisado será o que continha joias femininas destinadas originalmente à ex-primeira-dama Michelle.

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