O Brasil enfrenta um cenário preocupante em relação aos acidentes de trabalho. Em 2021, o número de notificações atingiu 612.920, um aumento de 37% em comparação com 2020. As mortes também subiram 36%, totalizando 2.538 em 2021. Esses dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab).

Já em 2022, dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Ministério Público do Trabalho (MPT), mostram que o Brasil registrou 612,9 mil acidentes laborais, que causaram 2.538 mortes. Entre as principais causas de acidentes laborais no Brasil — e no mundo — estão o descumprimento de normas básicas de proteção aos trabalhadores e as más condições nos ambientes e processos de trabalho. 

Sem carteira assinada, sem proteção

A advogada Thais Inacia, especialista em direito trabalhista, fala sobre o caso de um jovem de 28 anos, que trabalhava como peão em uma fazenda. Ele teve sua vida transformada para sempre após um grave acidente durante o serviço. Em uma manhã, enquanto montava a cavalo para buscar um gado no pasto, o animal pisou em um buraco de tatu, causando uma queda violenta que o deixou tetraplégico.

A tragédia expõe a dura realidade dos trabalhadores rurais no Brasil, que muitas vezes labutam em condições precárias e sem os devidos direitos trabalhistas. A vítima, que não teve o nome divulgado, não possuía carteira assinada e, consequentemente, não contava com seguro contra acidentes de trabalho.

Nesse sentido, sem condições de trabalhar e com sequelas graves, o jovem enfrenta agora uma árdua batalha judicial para obter a devida indenização e garantir sua subsistência. A advogada Thais Inacia, especialista em direito trabalhista, assumiu o caso e destacou a importância da luta por justiça.

"Um acidente como esse é uma fatalidade, mas para o trabalho que é desenvolvido habitualmente nessas condições de risco. Quem trabalha em cima de um cavalo sofre mais riscos do que nós, que não trabalhamos. Então, o patrão tem que responder por isso", afirma a advogada.

A Tecnologia como aliada na busca por justiça

Para auxiliar na complexa jornada legal, a advogada Thais Inacia utiliza o sistema ADVBOX, uma plataforma de gestão jurídica que otimiza o acompanhamento do processo e facilita a comunicação com o cliente.

"Desde o primeiro atendimento até o protocolo de distribuição da demanda, todos esses casos são registrados no sistema", explica a advogada.

"Eu consigo registrar toda essa história triste, distribuir para um advogado parceiro, quando o advogado parceiro protocola, cai lá no meu sistema que saiu da fase administrativa e entrou na fase judicial, passa a receber as intimações. O próprio sistema dispara uma notificação para o meu cliente a respeito do andamento do processo de modo que ele não precisa ficar me ligando e eu também não preciso ficar ligando para ele. O sistema CRM facilita muito isso, então o sistema ele acaba que ele anda junto comigo, porque por trás de todas essas histórias tristes, além da vida dessas pessoas, tem o registro que é feito e eu não conseguiria fazer todo esse controle sem um bom sistema de gestão", completou.

A luta por um futuro melhor

O caso do jovem tetraplégico é um exemplo da luta diária de milhares de trabalhadores rurais que enfrentam a informalidade, a falta de segurança no trabalho e as dificuldades no acesso à justiça. A busca por reparação e justiça é fundamental para garantir a dignidade e o mínimo de qualidade de vida para as vítimas de acidentes como este.

Nesse sentido, a luta por um futuro mais seguro e justo para os trabalhadores brasileiros é uma responsabilidade de todos. Para construir esse futuro, empresas, trabalhadores, governo e sociedade civil precisam se unir e tomar medidas concretas.

No caso das empresas, é necessário implementar programas de segurança e saúde no trabalho, investir em treinamento e capacitação dos colaboradores, garantir a adequação às normas regulamentadoras e fornecer EPIs adequados.

Já os Trabalhadores devem buscar conhecimento sobre seus direitos e deveres, seguir as normas de segurança e saúde no trabalho, comunicar riscos e acidentes, e utilizar os EPIs corretamente.

No que se refere ao Governo, é muito importante fortalecer as políticas públicas de segurança e saúde no trabalho, investir em fiscalização e punições verdadeiramente eficazes de empresas negligentes, bem como promover a cultura de prevenção.

Por fim, o papel da sociedade civil nesse cenário é cobrar dos governantes e empresas medidas para garantir ambientes de trabalho seguros e justos, e participar de iniciativas que promovam a prevenção de acidentes.

A prevenção de acidentes é fundamental para garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores. Portanto, é fundamental investir nessas melhorias, tornando o ambiente de trabalho digno e seguro para todos.