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Economia Prateada: mercado propõe novos serviços e produtos para o público acima dos 60 anos
Economia Prateada: mercado propõe novos serviços e produtos para o público acima dos 60 anos
05/01/2024 19h17 Atualizada há 9 meses
Por: Redação
Imagem: Camandona / freepik

Um mercado importante para os pequenos negócios e para quem desenvolve novos serviços e produtos voltados às pessoas com 60 anos ou mais – um contingente que já supera os 30 milhões de indivíduos, conhecido como Economia Prateada.

Esse é o segmento da economia da longevidade, responsável por movimentar mais de R$ 1,6 trilhão por ano no Brasil e deve crescer ainda mais, uma vez que as projeções, daqui a 30 anos, sugerem que 1 em cada 4 brasileiros será idoso.

"É necessário pensar que essa parcela da população, formada por um consumidor diferente devido às suas características fisiológicas e sociais, tem suas deficiências físicas e cognitivas, mas tem autonomia, bom poder aquisitivo, dentre outras características. Por isso, precisa de um atendimento diferenciado por parte do lojista, do prestador de serviço, porque, diferente do que muitos pensam, esse consumidor da longevidade não consome só saúde", explica o analista de Competitividade do Sebrae Flávio Barros.

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Estudo e analise

Pensando na Economia Prateada, o Sebrae elaborou um estudo que analisa as oportunidades e tendências de mercado para essa faixa etária.

Os setores de segurança, turismo, saúde física e mental, cultura, mobilidade e relacionamento são os que podem mais se destacar nos próximos anos.

É uma excelente oportunidade porque esse público valoriza o atendimento presencial e personalizado, são mais fiéis do que as novas gerações, não buscam tantas mudanças, entre outros benefícios.

Flávio Barros compartilha algumas dicas para alcançar o sucesso com os clientes mais vividos.

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"É muito comum encontrarmos as lojas preparadas para atender o consumidor de faixa etária menor, o jovem, mas não para o sênior. É necessária mais paciência do vendedor, pois o idoso demora para se decidir, e o estabelecimento precisa ser acessível, dentre outras coisas. No mercado digital, que o idoso consome bastante, é importante ter anúncios com letras maiores, por exemplo."

Flávio Barros ressalta que é fundamental tornar a experiência do consumidor mais prazerosa, que certamente ajudará na fidelização e que ele volte mais vezes, além de promover uma divulgação interessante para a empresa.

Pensar em estratégias de filas e estacionamentos especiais, treinar a equipe e reduzir o tempo de espera contribui para a satisfação do idoso.

"Uma comunicação direcionada, listas de transmissão e a busca pelo feedback chamam a atenção desse público e faz com que ele se sinta valorizado", completa o analista.

Inovação

Por ser um mercado que tem muito a ser explorado, a longevidade tem atraído empreendedores inovadores, que trazem a criatividade aliada à tecnologia para atender a esse público.

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Um desses casos é a CuideMe, startup do setor de saúde, localizada em Maringá (PR) e fundada por Luísa Bernardes e Camila Gonçalves. A ideia inicial surgiu da dificuldade de Luísa de cuidar dos avós a distância.

Foi então que desenvolveram um relógio de emergência pessoal, que permite o acompanhamento remoto da saúde dos idosos, priorizando a segurança, independência e agilidade no socorro em situações críticas.

"Este dispositivo pioneiro utiliza tecnologia própria para monitorar em tempo real parâmetros vitais, como frequência cardíaca, pressão arterial, oxigenação sanguínea, além de detectar quedas e fornecer geolocalização em emergências", explica Camila Gonçalves.

Outro Case

Manter a mente funcionando é um dos objetivos da empresa ISGAME, que desenvolveu o Programa Cérebro Ativo, visando ensinar idosos a jogar e desenvolver games para a melhora cognitiva, combatendo a Doença de Alzheimer (que atinge cerca de 7% dos idosos no Brasil).

A empresa oferece aulas presenciais e on-line, que utilizam o aplicativo que já está disponível na App Store e Google Play com assinaturas que custam R$ 20 por mês.

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"Temos um modelo de Licenciamento para Instrutores, que podem levar a nossa metodologia e o Aplicativo Cérebro Ativo para todas as cidades. Hoje são mais de 1,5 mil alunos em São Paulo, Campinas, Jundiaí e Santos", conta o fundador da empresa, Fábio Ota.

"Sempre gostei de conversar com pessoas mais velhas, mas me incomoda muito saber que muitos, por falta de estímulos, podem sofrer mais com o declínio cognitivo. Por isso, investimos nesse campo", argumenta. Atualmente, o projeto foi aprovado pela Lei Rouanet para poder captar R$ 1 milhão para investir na ampliação da escola de games.

"As startups voltadas para o setor da saúde, principalmente para os idosos, são uma tendência mundial, ao serem mais ágeis, desenvolvem e apresentam seus produtos e serviços numa velocidade muito maior do que as empresas normais", comenta Flávio Barros.