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Mercado reduziu previsão da inflação para este ano
Mercado reduziu previsão da inflação para este ano
20/11/2023 10h38 Atualizada há 10 meses
Por: Redação
Imagem: freepik

A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a métrica oficial da inflação no país, apresentou uma leve queda, passando de 4,59% para 4,55% neste ano, conforme revelado pelo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (20). Essa pesquisa semanal do Banco Central (BC) compila as expectativas das instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Quanto às projeções futuras, o mercado estima uma inflação de 3,91% para 2024. Já para os anos subsequentes, 2025 e 2026, as previsões apontam para uma taxa de 3,5%.

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A estimativa para 2023 permanece acima do centro da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, situando-se entre 1,75% e 4,75%.

Conforme indicado pelo último Relatório de Inflação do BC, há uma probabilidade de 67% de o índice oficial ultrapassar o teto da meta em 2023. A projeção para a inflação em 2024 também supera o centro da meta de 3%, mas ainda se mantém dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.

No mês de outubro, o aumento nos preços das passagens aéreas exerceu pressão sobre a inflação, que registrou um índice de 0,24%, abaixo da taxa de setembro, que foi de 0,26%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação acumulada no ano atingiu 3,75%, enquanto nos últimos 12 meses, o índice alcançou 4,82%.

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Juros básicos

Para atingir a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, que foi estabelecida em 12,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Após uma sequência de reduções no final do primeiro semestre, a inflação voltou a subir na segunda metade do ano, embora essa elevação fosse antecipada por economistas.

A dinâmica dos preços levou o BC a realizar o terceiro corte consecutivo na taxa de juros no semestre, em um ciclo que se espera que continue com reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões. No entanto, em um comunicado divulgado na semana passada, o Copom indicou a possibilidade de ajustar o ritmo de cortes caso as condições tornem mais desafiadora a redução dos juros.

De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom promoveu 12 elevações consecutivas na Selic, em um ciclo de aperto monetário iniciado diante do aumento nos preços de alimentos, energia e combustíveis. Durante um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete períodos consecutivos.

Antes do início desse ciclo de aumento, a Selic havia sido reduzida para 2% ao ano, atingindo o patamar mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Em resposta à contração econômica causada pela pandemia de covid-19, o Banco Central reduziu a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa permaneceu no menor nível histórico de agosto de 2020 a março de 2021.

A projeção do mercado financeiro é que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o final de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,25% ao ano. As previsões para o encerramento de 2025 e 2026 apontam para uma Selic de 8,75% ao ano e 8,5% ao ano, respectivamente.

Quando o Copom opta por elevar a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que impacta nos preços, uma vez que os juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança. Contudo, além da Selic, os bancos levam em consideração outros fatores na definição dos juros cobrados dos consumidores, como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Portanto, taxas mais elevadas também podem dificultar a expansão da economia.

Quando o Copom opta por reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais acessível, estimulando a produção e o consumo, o que reduz o controle sobre a inflação e impulsiona a atividade econômica.

PIB e câmbio

As projeções das instituições financeiras indicam uma revisão para baixo no crescimento da economia brasileira neste ano, passando de 2,89% para 2,85%.

Quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) para os anos subsequentes, a expectativa para 2024 é de um crescimento de 1,5%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,93% e 2%, respectivamente.

No que diz respeito à cotação do dólar, a previsão é de que atinja R$ 5 até o final deste ano. Para o encerramento de 2024, estima-se que a moeda americana alcance R$ 5,05.