Empresas familiares atuam em todos os continentes há mais de um século. São responsáveis por considerável participação na formação do PIB de muitos países, inclusive no Brasil.

Tecnicamente podem ser consideradas um fenômeno psico-sócio-técnico:

• Nas relações interpessoais entre fundadores, sócios, cônjuges, herdeiros, filhos, netos, agregados, pode ser observada a influência positiva ou não dos aspectos psicológicos que atuam em qualquer agrupamento humano;

• Na verificação de alguns conceitos da sociologia, observando-se os diversos núcleos familiares que compõem a família empresária, a formação de novos empreendedores, o relacionamento entre o negócio e comunidades de interesse, entre outros;
• Na operação em si e nos resultados econômico-financeiros do negócio, intimamente conectados à cultura e valores da família empresária que controla seu capital social.

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Indicadores de performance de negócios familiares que operam em diversos países demonstram vantagens competitivas, comparados àqueles de empresas não familiares: resultados econômico-financeiros, contribuição ao desenvolvimento social, geração de emprego e renda nas localidades em que estão sediadas, inovações em produtos e serviços, entre outros.

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As próprias famílias empresárias e seus colaboradores são beneficiados nesse contexto, em aspectos como:

• Relações de afeto: os laços afetivos que unem membros dos núcleos familiares geram maior flexibilidade e adaptação às mudanças necessárias a cada dia no mundo dos negócios;

• Compreensão: conviver desde o nascimento em um mesmo ambiente faz com que os membros das
  famílias conheçam e compreendam o pensamento e comportamento uns dos outros, com ônus e bônus para seus negócios e para o patrimônio comum;

• Aceitação da autoridade: a liderança na família e em seus negócios via de regra são a mesma, por décadas. Aqui também podem ser observados ônus e bônus. Entre os bônus está a qualificação da estrutura organizacional dos negócios;

• Conhecimento e legado cultural: no mesmo ambiente familiar e de trabalho herdeiros crescem ouvindo as histórias do fundador a respeito de sua trajetória empreendedora. Essa proximidade com o responsável pela criação dos negócios geram nesses futuros sócios, conhecimento profundo do negócio.

• Compromisso: na maior parte dos casos os colaboradores da empresa são fiéis à família empresária; oferecem o melhor de si, dedicam-se ao trabalho com competência e responsabilidade, ;

• Flexibilidade: em vários aspectos a informalidade das relações familiares é transferida para a operação da empresa. Na maior parte dos casos a comunicação flui mais facilmente, sem barreiras; os possíveis entraves burocráticos tendem a ser superados;

• Senso de pertencimento: colaboradores não familiares têm orgulho da empresa em que trabalham, quase sempre. Muitos desempenham suas funções com “cabeça de dono”, o que é desejável para todas as empresas;

• Investimento em pessoas: em boa parte das empresas familiares há uma atenção maior ao desenvolvimento profissional dos colaboradores;

• Compromisso social: as empresas criam relação muito próxima com os municípios em que se localizam; em muitos casos contribuem decisivamente para o progresso do entorno dessas regiões.

Você é sócio, convive, trabalha ou conhece negócios familiares?

Por Eduardo Najjar é sócio-diretor da Macro Transição, especialista em Governança e Sucessão em Negócios Familiares.

Este é um artigo de opinião, não refletindo assim, necessariamente, a opinião do Jornal Contábil.